O ritmo acelerado da Transformação Digital tem demandado que sistemas essenciais das empresas forneçam serviços para os quais não foram inicialmente projetados, gerando custos, desafios e riscos para o negócio. Segundo a consultoria Gartner, até 2023, 90% dos aplicativos atuais ainda estarão em uso, mas a maioria terá recebido investimento de modernização ainda insuficiente. Sem atender aos desafios tecnológicos atuais com suas aplicações ultrapassadas, as empresas perdem assim, novas oportunidades de negócios e podem ter significativos atrasos em seu processo de inovação, bem como impacto direto em suas operações. Por isso, modernizar ou otimizar as aplicações existentes é fundamental para eliminar o débito técnico e superar os desafios que impactam no crescimento da organização. 

Tanto para a área de TI, quanto de negócios, a modernização de sistemas legados é um processo complexo e de risco, uma vez que é preciso atender às novas demandas de tecnologia, ao mesmo tempo em que o portfólio de aplicações existente se mantém operante. Contudo, quando esse processo é bem estruturado e conta com uma arquitetura de solução e de integração preparada para atender às expectativas tanto da área de negócios, quanto de TI, é possível mitigar o risco de perda de suporte do ecossistema legado, as mudanças são rapidamente implementadas, os custos operacionais são reduzidos e os sistemas operam da maneira adequada.

Quando uma empresa deve pensar em modernizar suas aplicações legado? 

A modernização de sistemas legados é imprescindível a partir do momento em que essas aplicações se tornam tão obsoletas a ponto de se tornarem um obstáculo para os negócios digitais devido à baixa adequação às tecnologias atuais e valor aos negócios. Se você já leu nosso conteúdo rico “Os 2 prismas da Modernização de Legado”, você sabe que, de acordo com o Gartner, existem seis impulsionadores principais para a modernização de aplicações – ajuste de negócios, valor comercial, agilidade, custo, complexidade e risco. Eu adicionei mais dois, pois considero gatilhos relevantes para a tomada de decisão – experiência do usuário e cibersegurança. Esses gatilhos estão divididos em perspectiva de negócio e de TI. 

Perspectiva de Negócios

  1. Ajuste de negócios: Novos requisitos da empresa ou do mercado não são atendidos pelo sistema atual. A nova demanda exige informações que não foram previstas na criação da aplicação ou que são difíceis de implementar usando a tecnologia atual.
  2. Valor comercial:a aplicação atual carece do valor, qualidade do suporte e das informações que fornece.
  3. Agilidade:a aplicação (e seu suporte) não consegue acompanhar as mudanças do mercado, seja pela estrutura ou pelo custo e riscos.
  4. Experiência do Usuário: o uso da aplicação é difícil, lento e pouco intuitivo.

Perspectiva da TI

  1. Custo: O custo total para operar, manter e alterar o sistema atual é maior que o valor que é retornado ou economizado com o uso da aplicação.
  2. Complexidade: a alta complexidade da aplicação atual impacta diretamente no tempo, na manutenção, no custo e nos riscos de mudança.
  3. Risco: O sistema apresenta diversos tipos de riscos, como segurança, compliance, suporte, escalabilidade, escassez de mão de obra por uso de linguagem de programação obsoleta.
  4. Cibersegurança: tecnologias obsoletas podem colocar em risco a segurança de TI da empresa.

Concentrar esforços na modernização de uma plataforma apenas porque ela é antiga, não é o caminho ideal. Antes de tudo é preciso realizar uma avaliação direcionada e profunda de tudo o que compõem esses sistemas, para definir as prioridades de modernização e dar suporte à estratégia de negócios digitais. Por isso, as áreas de negócio e TI precisam estar alinhadas e decidir juntas qual o melhor momento e qual abordagem vem de encontro às expectativas e necessidades da empresa. Se a TI ficar focada apenas em custos e a área de negócios apenas focada no resultado de valor, os esforços não vão proporcionar uma solução moderna, com baixo impacto e maior custo-benefício.

E qual é a melhor abordagem? 

Uma vez que a causa do problema foi diagnosticada, é possível procurar a melhor abordagem de modernização para resolver este problema. Para isso, é preciso entender como cada opção de modernização é capaz de corrigir problemas ou melhorar a qualidade dos aspectos de tecnologia, arquitetura ou funcionalidade do componente da aplicação. De acordo com o Gartner, há 5 abordagens principais, e por fim, caso nenhuma se adeque às necessidades do negócio, existe a possibilidade de reconstrução ou substituição do sistema legado: 

Encapsular – Encapsula dados e funções na aplicação, e os disponibiliza como serviços (como por exemplo por meio de uma API) — para aproveitar e estender os recursos e o valor da aplicação. As especificidades e o conhecimento da implementação estão ocultos por trás da interface. 

Re-hospedar – Reimplementa o componente da aplicação em outra infraestrutura (física, virtual ou em nuvem) sem recompilar, modificar o código da aplicação ou modificar seus recursos e funções. 

Replataforma – Migra o componente da aplicação para uma nova plataforma de tempo de execução. São feitas alterações mínimas no código para se adaptar à nova plataforma, mas não altera a estrutura do código ou os recursos e funções que ela fornece. 

Refatorar – Reestrutura e otimiza o código existente sem alterar seu comportamento externo para remover a dívida técnica e melhorar os atributos não funcionais e a estrutura do componente. 

Rearquitetar – Altera substancialmente o código da aplicação (podendo incluir transformação de código) para que ela possa ser alterada para uma nova arquitetura de aplicação e explorar totalmente os novos e melhores recursos da plataforma da aplicação.  

Reconstruir – Reconstrói ou reescreve o componente da aplicação do zero, preservando seu escopo e especificações. 

Substituir – Elimina completamente o componente da aplicação anterior e o substitui, levando em consideração os novos requisitos e necessidades. 

Vale ressaltar que nenhuma abordagem de modernização de aplicações resolve todos os problemas, e cada uma delas têm diferentes propósitos, efeitos, valores, custos, riscos e impactos. É preciso uma avaliação detalhada para entender qual delas terá o maior ajuste de negócios, o menor risco e o valor mais viável para a demanda da sua empresa.

E agora? 

É hora de colocar a mão na massa! Por isso, vamos recapitular o que vimos até aqui. Enquanto responsável pelo setor de TI, antes de iniciar a modernização dos sistemas da sua empresa, você deve: 

  • Avaliar os sistemas legados entendendo os oito gatilhos de negócios e de TI por trás da modernização.
  • Identificar a causa do problema usando os oito gatilhos de modernização como guia.
  • Avaliar as abordagens de modernização e escolher aquela com o maior valor aos negócios, considerando também o custo, o risco e o impacto para suas operações.
  • Contar com a expertise de uma equipe especializada e capacitada para avaliar os sistemas e indicar a melhor abordagem para o projeto, de forma a atender às demandas da empresa, com foco em melhorar sua eficiência, produtividade e competitividade. Fale com um de nossos especialistas e entenda como a AMcom pode auxiliar na transformação digital da sua empresa. 

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