Há pouco tempo, o secretariado da Convenção quadro da ONU lançou um relatório sobre a Mudança do Clima, onde o Brasil foi reconhecido como uma peça importante no tabuleiro global, mas que vem sofrendo com uma forte pressão por sustentabilidade. Afinal, o agronegócio brasileiro não chegou aonde está atualmente, por acaso. A posição de liderança perante a outros países é consequência de muita pesquisa, inovação e investimento das empresas da área.
De acordo com a Forbes, algumas tecnologias (como a agricultura de precisão, inclusive) têm levado o agro brasileiro a ser um dos maiores exportadores globais de commodities, com uma produtividade que representa 84% das exportações feitas pelo país. Mas além das exportações e do alto teor tecnológico envolvido, o setor também teve um dos melhores desempenho em contratação, gerando um saldo de 61.637 mil vagas de empregos formais em 2020, segundo o Globo Rural.
Assim, a agroindústria continua crescendo, apoiada na clareza de relatórios eficientes que indicam o que plantar e quanto, levando maior eficiência para os decisores do campo. Claramente, isso tudo é resultado de políticas públicas relevantes e investimento em tecnologias de base científicas que ressaltam a promoção do agro, a intensificação de abordagens sustentáveis e inovadoras que se adaptem às mudanças e auxiliem na conservação de recursos minerais.
E isso será cada vez mais necessário, uma vez que até 2050, prevê-se uma população mundial de 10 bilhões de habitantes (ONU), onde o agrobusiness continuará com a grande missão de alimentar o mundo. Assim, serão necessárias toneladas a mais por ano de trigo, arroz e outros cereais. Uma vez que teremos mais pessoas, o agro também será responsável por uma produção maior. Sem falar que isso tudo deverá ser realizado com o mesmo espaço ou menos.
Nitidamente, a única maneira de conseguir entregar estes volumes é por meio da inovação, da tecnologia e da sustentabilidade no agronegócio.
E uma das maneiras exploradas para que isso seja alcançado tem sido pelas práticas do Agro Verde, como a biotecnologia por exemplo. Isso porque o Agro Verde se preocupa em criar soluções economicamente viáveis para proporcionar uma agricultura mais produtiva, eficiente e menos poluente. Ou seja, a cada dia que passa, o produtor se torna mais parceiro da natureza e consciente da importância que a tecnologia tem para esse equilíbrio entre a produção e o cuidado com o meio ambiente.
Isso faz com que produtores do todo o país produzam cada vez mais e melhor, por meio da ciência, das tecnologias e de uma cadeia de insumos que entrega soluções mais eficientes. Essa revolução no agro é resultado do desenvolvimento do setor nos últimos anos, juntamente da manutenção da competitividade e da sustentabilidade da área. Assim, o zelo com o meio ambiente é extremamente importante e por isso o desafio dos próximos anos é exatamente o Agro 4.0: mais controle e rigorosidade com gases, drones e conectividade para que cada vez mais se possa melhorar a rentabilidade, levando o campo a produzir com mais precisão, em menos espaço e com mais produtividade.
E para isso, continuar estimulando o emprego da agricultura digital é tanto essencial, quanto estratégico!
O Brasil é conhecido por sua criatividade e inovação e por isso é atrativo para soluções estrangeiras, bem como nacionais. E este leque não só pode, como deve, ser explorado, e algumas tendências podem ser destacadas como o uso de drones para a pulverização eficaz, gerando redução de insumos, ou até ferramentas de edição genéticas, atuando como chave para um plantio de sucesso em tempos de mudanças climáticas. Outro ponto é a conectividade, ou até mesmo, a falta dela.Assim, fica claro como a tecnologia pode ser uma aliada do agronegócio.
Então, afinal, como a tecnologia pode impulsionar a agroindústria?
O agro brasileiro vem enfrentando o grande desafio de aumentar sua produtividade e, ao mesmo, tempo de atender à crescente demanda do mercado. Mas é preciso enaltecer que com o avanço tecnológico na área, o setor se tornou capaz de produzir mais, melhor e com maior qualidade.
“O Brasil já está no futuro em relação a agricultura. Nós conseguimos enxergar que não tem só um modelo ideal de agricultura, mas vários nichos e formas de produção. O agro está sempre em desenvolvimento e sempre em mudança.” Camila Telles – Agro Influencer e Fundadora da @FarmCom
Assim, a tecnologia vem sendo aprimorada para atender demandas da agricultura, da pecuária e do produtor rural, que tem sido cada vez mais capaz de tomar as decisões assertivas na hora de investir em tecnologia, levando o campo para o caminho da evolução.
Vamos então para algumas tendências de tecnologia no agro?
Como já falamos, nos últimos anos, vivenciamos significativos avanços em biotecnologia, IoT (internet das coisas), big data e agricultura de precisão. Com a utilização deste aparato tecnológico, a cadeia do agro passa a ser mais especializada, rápida e produtiva.
Quando o assunto é digitalização, estamos à frente de nossos pares europeus e norte-americanos. Análises do Gartner (2021) indicam as principais tecnologias que irão mudar o jogo no Brasil. São elas: Inteligência Artificial/Machine Learning e Business Intelligence/Data Analytics.
Alguns exemplos na prática, podem ser vistos, como:
- Robôs na colheita e tratores autônomos que são guiados por sensores;
- Detecção de problemas do campo com tecnologia da NASA;
- Ferramentas digitais, que unem tecnologias como Big Data, Inteligência Artificial entre outras, para expandir a conectividade no campo.
Além dessas tendências, segundo a edição 2021 da pesquisa “A mente do agricultor brasileiro na era digital”, realizada pela consultoria McKinsey, o agronegócio brasileiro avançou 10 pontos percentuais em relação ao ano anterior no apetite para a utilização de tecnologias digitais para a compra e venda de insumos, especialmente nas etapas de Cotação e Recompra.
E para finalizar…
Alguns pontos podem ser levados em consideração na decisão em se investir em tecnologia. Isso porque as inovações escolhidas devem sempre ter como objetivo principal a otimização de recursos ou processos, aumento de produtividade e oportunidades de receita, oportunizando sempre a redução de custos e melhoria da experiência do usuário.
Assim, fica claro como o uso de tecnologias (desde as mais básicas até as mais avançadas) no campo contribuiu para o crescimento do agronegócio, dando força para torná-lo um dos setores mais lucrativos. Mais do que isso, mostra o quanto a tecnologia impacta toda a cadeia, desde o produtor/agricultor até o seu consumidor. Assim incentivamos cada vez mais pesquisas e ações para que o impacto gerado seja cada vez mais benéfico para todos, bem como para o meio ambiente.
Isso porque quanto mais inovações tivermos, mais empregos e empresas iremos gerar no agronegócio, fortalecendo nossa economia. Vale sempre lembrar que o trabalho que deixa de existir em alguns setores do agro, devido a modernização tecnológica, é deslocado para outras áreas, não gerando desemprego. Por isso, é importante que as empresas continuem investindo em inovações, reservando o tempo do seu pessoal para desenvolvimento de estratégias que possam vir a auxiliar nas atividades rotineiras do campo.